Cidade em Movimento

Do livro ao monólogo: ‘Quebranto’ será lançado como livro, apresentado como espetáculo, embalado como música e apreciado como tela no dia 23 de Agosto no Centro de Cultura João Gilberto

Aprovado no edital Lia da Silveira do Governo do Estado da Bahia, o projeto ‘Quebranto’ chega como inovador com a firme proposta de desafiar e provocar o público explorando temas sociais e culturais com uma abordagem única. Da produção literária do escritor João Gilberto Guimarães Sobrinho, à parceria firmada com o ator de teatro Elder Ferrari, nasceu o monólogo ‘Quebranto’, que trouxe ainda a musicalidade do compositor Mariano Carvalho e a plasticidade nos riscos e cores do artista Iehoshua Iahueh.

O lançamento do livro e apresentação do espetáculo ‘Quebranto’, com show de Mariano Carvalho acontece no dia 23 de Agosto às 20h no Centro de Cultura João Gilberto. Na bagagem, ‘Quebranto’ traz a participação de sua equipe em diversas feiras literárias realizadas não só na capital e interior baianos como em outros Estados. Isso sem contar no ápice de ter conquistado em 2020, com o Abordagem Teatral, o Prêmio Respirarte da Fundação Nacional das Artes (FUNARTE).

Esse projeto é o precioso rebento de uma equipe que traz na veia o talento e a persistente paixão pelas artes sejam elas literárias, teatrais, musicais ou plásticas. Equipe que pode ser encontrada bem aqui, em Juazeiro, e que vai levar a partir do dia 23 de Agosto essa incrível simbiose artística a pelo menos três cidades do Sertão do São Francisco: Juazeiro, Curaçá e Pilão Arcado. Em cada uma dessas cidades serão realizadas duas sessões do espetáculo ‘Quebranto’, além de uma oficina de Introdução ao Teatro.

‘Quebranto’ traz à tona abordagem de temas que vão do amor à angústia e à solidão, que tem na apresentação de Elder Ferrari o visceral que prende os olhos, com a simbologia poética de João Gilberto que desperta no público a ebulição de sentimentos que intencionalmente arrebatam reações de corpo e alma. Nas palavras do escritor João Gilberto, “Quebranto reúne minha produção literária entre os anos de 2004 e 2011. Quando escrevi não imaginei que minhas palavras poderiam criar vida em um monólogo tão impactante. Para mim esse é o resultado da junção de vários talentos em prol da poesia, a atuação de Elder Ferrari, a arte de Iehoshua Iahueh e os acordes de Mariano Carvalho em um só espetáculo é uma grande realização da cultura do Vale do São Francisco”, ressalta João Gilberto.

E é isso que o público terá a seu alcance, ao assistir ao monólogo, pois Quebranto, para o ator Elder Ferrari, foi um presente divino do poeta João Gilberto, ainda no início dos anos 2000 quando recebeu o livro na casa de cultura Trupizupi do amigo e também ator, produtor e diretor teatral Wellington Monteclaro. “Fiquei anos estudando e foi após muitas cobranças do poeta e ao participar de um edital municipal que conseguimos começar a pensar, montar e fazer todo o processo da construção do espetáculo, bem estudado e bem criado”, afirma Elder.

Quando relembra o processo de criação do monólogo, Elder Ferrari faz uma viagem em um tempo que começou com a escolha dos poemas e que veio com o sentimento de que seria um espetáculo para falar de amor. “As poesias eram lindíssimas, muito bem trabalhadas e, por isso, eu vi que precisaria de um personagem para que aquela palavra saísse da minha boca, não sendo apenas eu e o meu corpo. Como ator de teatro que sou, mastiguei, pesquisei, exercitei e encontrei uma figura andante que deu origem ao personagem”, conta Elder.

Daí começaram a criar as ações, o espaço corporal do personagem, o espaço de cena, nascendo a necessidade de que outras linguagens aparecessem dentro do espetáculo. E veio através da música de Mariano Carvalho – considerada parceria perfeita, sendo feita a escolha das poesias com mais sonoridade musical. Segundo Elder, “Mariano fez três belas canções e ganhamos outra linda parceria do artista plástico Iehoshua Iahueh para criar uma tela com a imagem da figura feminina que seria a figura ser amada ou odiada dentro do roteiro. A tela foi chamada pelo artista de ‘Quebranteira’ que é uma imagem que o expectador tem e pode ter várias análises e descobertas”.

O monólogo ‘Quebranto’ possui elementos que fazem dele um espetáculo fantástico que vem cada vez mais se firmando no teatro juazeirense e baiano e por que não, brasileiro? Nas palavras de quem se jogou na atuação de um monólogo pela primeira vez em 20 anos, ‘Quebranto’ veio para “assentar nosso lugar dentro da arte, do teatro, da nossa própria pessoa na sociedade juazeirense”.

Ascom

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